As Primeiras Civilizações Florescem

São cinco as civilizações consideradas mais antigas: anões, elfos, nagas, insetino e gnomos. Elas cresceram de forma distinta e sem contato entre si por volta do Século XXX ADR. Em comum, a crença na existência de um só deus e algumas semelhanças no desenvolvimento tecnológico, como a escrita. O culto a Heimdall, Idum, Freya, Aegir e Forseti foi criado.

Anões

Os Anões foram criados nos subterrâneos da Cordilheia de Mongreg. Desde o início viviam em bandos isolados vivendo ao longo do Vulcão Central, cultuando Heimdall. Acreditavam esta divindade fosse a única existente. Comiam vermes, insetos e outros animais típicos do subterrâneo, além de alguns fungos que crescem sobre as rochas aquecidas pela lava. Na verdade, esses fungos termossintéticos são a base da cadeia alimentar subterrânea.

Por volta de 3.000ADR, passaram a dominar o cultivo de fungos e domesticaram caramujos gigantes como animais de carga e tração. Sua produção alimentícia aumentou e sua sociedade se complexificou, passando a ser dividida em três classes: nobreza, clero e povo. O Reino de Mongreg foi formado. Os nobres eram considerados como escolhidos pelo seu deus criador para guiar os anões. Os sacerdotes eram responsáveis pelo culto a Heimdall. O povo fazia a maior parte do trabalho, contudo, não todo. Nobres e clérigos também o executavam, em menor escala. Esses seres sempre valorizaram o labor com forma de crescimento espiritual e enobrecimento. Em algumas décadas aprimoraram sua escrita e desenvolveram técnicas de mineração e o trabalho com cobre, bronze e, principalmente, ferro.

Os sacerdotes de Heimdall se organizam em uma Ordem Religiosa por volta do ano -2.865ADR, algumas décadas depois dos primeiros milagres. Esse fato marca o ano 1 do calendário dos anões. Evidentemente não marcavam os anos a partir das variações do sol, pois não o conheciam. A contagem de anos dos Anões era baseada nas mudanças de calor do Vulcão Central. O ano anão é equivalente a aproximadamente três anos e meio no calendário solar.

Elfos

Os elfos foram criados na grande Floresta da Canarran. No início eles eram nômades e viviam em tribos independentes que tinham pouco contato entre si. A primeira deusa a ser cultuada foi Idum. Todos os elfos tinham respeito a ela e juraram defender seu presente ao mundo, a natureza. Viviam principalmente da pesca em rios ou de cultivo de alimentos. A caça existia, mas era pouco freqüente. Não tinham qualquer conhecimento sobre a mineração ou sobre o trabalho com qualquer mineral.

Acredita-se que já no século XXX ADR os druidas de Idum já realizavam os primeiros milagres. Mas foi só por volta do ano 4750ADR que esses druidas, provenientes de diversas tribos, se reúnem nas terras da tribo conhecida como os Escolhidos por Idum, à sombra da Árvore Mãe, e formam a Ordem de Idum. O objetivo dessa organização era espalhar a crença em Idum e proteger as suas criações. Os Escolhidos por Idum passam a ter grande influência sobre essa Ordem e por conseqüência passam a exercer mais influência sobre as outras tribos. A criação da Ordem de Idum marca o ano 1 do calendário élfico e modifica totalmente essa sociedade. A língua élfica se torna mais homogênea e surge a figura do “alimentador” nas tribos. Tais indivíduos, inicialmente eram sempre druidas, tinham a função de alimentar suas tribos. Contudo, não com alimentos, com milagres. Eles conseguiam fazer magias divinas que permitiam que os elfos retirassem a energia do sol para viver.

Desde sua criação, os elfos tinham algum conhecimento da magia, mas só conheciam pequenos truques pouco úteis. No século XXV ADR, uma tribo chamada de “Os Saltadores de Árvores” passa a intensificar os estudos da arte arcana. Muitas magias são desenvolvidas, inicialmente se tentou imitar os milagres feitos pelos druidas abençoados por Idum. Aprenderam inclusive a fazer o papel dos “alimentadores” com magia arcana. Posteriormente, aprenderam a realizar outras magias. Depois de alguns poucos séculos após a explosão de conhecimento da magia, os Saltadores de Árvores passaram a se denominar de “Os Senhores da Mana”. As outras tribos élficas passaram a enviar representantes as terras dos Senhores da Mana para aprender seus novos descobrimentos. Isso fez com que essa tribo passasse a exercer relativa liderança sobre as demais, mas bem inferior a exercida pela Ordem de Idum.

Durante os últimos séculos desse terceiro milênio ADR, foram duas as tribos élficas que deixaram a segurança da Floresta de Canarran. A primeira, os Pés Leves, migrou para o Norte, para viver nas Savanas. A segunda foi os Andarilhos da Noite. Tinham esse nome, pois, por seus poderes mágicos desaparecerem na presença de luz, concentravam suas atividades na parte da noite. Eles originalmente viviam no Sul de Canarran e graças a uma visão enviada por Idum souberam que existia outra floresta destinada a eles no Poente. Foi uma longa caminhada até chegar a sua terra prometida. Passaram desapercebidos pelo território dos icilianos. Sofreram alguns ataques dos minotauros e até foram bem recebidos pelo povo alado. Por fim concluíram a sua jornada, chegando no que era conhecido como Floresta da Perdição.

A Não História dos Mysdras
Os mysdras viviam na mesma floresta dos elfos, Canarran. Organizavam-se em pequenos bandos de até 10 indivíduos. Por terem a capacidade de se metamorfosear, conseguiam se misturar nas tribos élficas e viver entre eles, facilitando assim a obtenção de sangue élfico. Os mysdras dependem deste para viver. Durante séculos os elfos encaravam os mysdras como lendas, todavia algumas tribos passaram a achar crianças mysdras e a perseguição a essa raça se iniciou. A maioria dos mysdras foi morta. Os que restaram seguiram os rastros élficos e se misturaram com outros povos. Perderam sua língua e não registram a sua história.



Nagas

As nagas foram criadas por Aegir dentro de um conjunto de cavernas submersas nas profundezas do Oceano Poente. Apesar de conseguirem ficar muito tempo debaixo d´água, essa espécie necessita de ar para sobreviver. Como suas cavernas são por demais profundas, é impossível uma naga chegar à superfície sem a ajuda de magia arcana ou de seu deus. Inclusive, durante muito tempo, desconheciam a existência da superfície e acreditavam que suas cavernas eram o único lugar aonde poderiam sobreviver. Viviam da coleta de algas e da pesca. Seus guerreiros sempre foram muito importantes, existem vários animais comedores de nagas nos mares. Talvez por isso, que, quando esses seres deixaram de ser bandos isolados e passaram a viver em uma sociedade centralizada, foram justamente os militares que assumiram o poder.

A República de Dasla, uma ditadura controlada por militares, foi fundada em 2623 ADR. Essa data marca o dia 1 do calendário naga. Eles contavam os dias a partir da pequena variação de luz proveniente dos sois na superfície, mas não tinham o conceito de ano, contavam apenas os dias. Graças a esse regime, a língua naga é unificada e desenvolvida, assim como a agricultura subaquática. A mineração e o trabalho em cobre passam a ser muito comuns, principalmente para a construção de armas. O exército cresce sucessivamente, garantindo a segurança e supremacia naga nas profundezas. Golfinhos e outros animais marinhos foram domesticados para servirem como animais de carga e de combate.

O culto a Aegir sempre existiu, mas nunca foi muito influente. A Ordem desse deus ainda demoraria alguns séculos a ser formada. Os poucos líderes religiosos existentes se submetiam às vontades dos militares.

Insetinos

Os insetinos foram criados em algumas ilhas próximas, no Mar de Areia, hoje conhecidas como a Colméia. Acreditavam que no mundo só existia suas ilhas e esse mar. Possuem uma ordem social dividida em castas. Quando nascem, toda as crianças insetinas são tratadas como iguais, recebem a mesma educação, alimentação e tratamento. Não existe o conceito de família, alguns membros da comunidade têm a responsabilidade de cuidar das crianças. Durante o crescimento os insetinos passam por alguns testes físicos, mentais e espirituais que definem qual será a casta que cada indivíduo pertencerá. Existem quatro castas: trabalhadores, soldados, sacerdotes e generais. Os trabalhadores são responsáveis pela mineração, agricultura, artesanato, educação, construção entre outros. Os soldados são responsáveis pela segurança externa e pela caça. Os sacerdotes são os líderes espirituais. Os generais tomam as decisões militares e de governo. A grande maioria dos insetinos gosta de pertencer a sua própria casta, eles entendem que essa é a melhor forma de ajudar a sua espécie.

Essa raça cultua Freya, a sua criadora. O culto iniciou no fim da Guerra dos Dragões, quando Martinisqueu o dragão essencial vermelho macho, cansado da guerra e da paz, escolheu o vulcão de uma das ilhas dos insetinos como local de seu descanso eterno. Os insetinos entenderam essa chegada como um sinal, criou-se a lenda que esse dragão seria uma proteção enviada pela deusa, que ele iria acordar quando o mal viesse. É importante ressalta que essa raça é coberta por uma resina inflamável e Freya e a deusa do fogo. Eles louvam o que temem.

Já no século XXX ADR, a sociedade insetina era bem desenvolvida. Já conheciam a escrita, trabalhavam o cobre, tinham agricultura, domesticaram gafanhotos gigantes como animais de montaria e tinham poder bélico suficiente para manter as criaturas hostis do mar de areia longe. Essa raça não desenvolveu um calendário.

Gnomos

Gnomos e kobolds foram criados nas margens do Lago Kathalys, nas montanhas que ficam entre a Floresta da Perdição e o Oceano Poente. Suas relações nunca foram amistosas, os kobolds costumavam invadir o território dos gnomos para roubar comida. Até essa época as duas raças eram tecnologicamente compatíveis. Possuíam ferramentas e armas rústicas, feitas de madeira, pedra ou ossos. Sua estrutura social também era semelhante. Viviam em um sistema tribal e sua alimentação era proveniente da caça, da pesca e da coleta de frutos (e de saques). Todavia, os gnomos, que são mais inteligentes, conseguiram desenvolver a agricultura e o conhecimento de trabalho em cobre antes que seus adversários. Isso aumentou a população e a capacidade defensiva dos gnomos, o que fez com que os kobolds cessassem os seus ataques. Provavelmente os gnomos poderiam ter vencido seus inimigos se tentassem invadir seu território, livrando-se assim deles de uma vez por todas. Preferiram uma saída pacífica, pelo menos por enquanto.

Os gnomos já cultuavam seu criador, Forseti, o deus da justiça e da razão. Os kobolds também cultuavam um deus, contudo não se sabe qualquer informação sobre ele. Todos os símbolos desse foram destruídos quando o território kobold foi invadido. Em 2.763ADR, os justiceiros de Forseti formam uma ordem religiosa. Estes, que já eram muito influentes dentro das tribos, passaram a liderá-las. Todavia não se tornaram tiranos, costumavam a escutar a população para tomar suas decisões, e vez por outra organizavam votações sobre os temas mais polêmicos. Um conselho de justiceiros é formado para liderar a Ordem e os gnomos como um todo. A fundação da Ordem de Forseti marca o ano 1 do antigo calendário gnomo. Em 2.685, a Ordem de Forseti reorganiza essa sociedade. Ela escreveu e o povo aprovou o Código de Leis, fundando assim a República de Kathalys. A terra passa a ser reconhecida como propriedade e seus donos (a grande maioria da população) passam a ser cidadãos.





Índice da História

1ª Revelação

O Crescimento
A Guerra dos Dragões
As Primeiras Civilizações Florescem (você está aqui)
Mais Povos se Organizam
As Expansões
As Nações Novas Surgem
O Dia das Revelações
A Era de Ouro
Os Fundamentos do Conflito

A 2ª Revelação – O Conflito
A Independência de Nelik e o Fim do Sultanato
A Nova Expansão da República
Os Dragões Voltam a Guerrear
A Peste Sem-Fim
A Fundação da Guilda dos Magos
A Era da Pólvora
O Epílogo

A 3ª Revelação – O Fim