As Expansões

As expansões das nações não ocorreram ao mesmo tempo e nem da mesma forma. Grandes nações se formaram a partir delas, com destaque para o Sultanato de Al Kammada, seguido da República Livinhana e do Império Icílius.

A Expansão Naga

O ano 1.869ADR mudou a vida das nagas. Trak’o, um jovem sacerdote de Aegir, chegou, com a ajuda de seu deus, à superfície. Ele fez o que para o olhar da maioria dos mortais hoje parece simples, mas para os nagas da época era insano. Nadou durante horas para cima, para longe da segurança das cavernas, para o desconhecido. Chegou no nível do mar e passou algumas semanas nadando no nível do mar até descobrir a Ilha da Tartaruga. Trata-se de uma tartaruga imensa, com kilometros de extensão, cujas costas se acumularam terra e pedras, nasceram plantas e atraiu animais. Para o olhar de um navegador desavisado, parece uma ilha como outra qualquer. Trak’o voltou à Dasla e, secretamente, contou suas descobertas à outros sacerdotes. Esses o seguiram e, na Ilha da Tartaruga, fundaram a Ordem de Aegir.

Demoraria mais alguns anos até encontrarem o continente, outra descoberta maravilhosa. Então, partiram para colonizar a sua costa. Foram séculos nadando. Em um primeiro momento, evitaram o contato direto com os outros mortais, mas, sempre que podiam, salvavam pescadores e marinheiros dos perigos do mar. O culto a Aegir se espalhou entre kammadenses, icilianos e livinhadeses. Esses povos deram ao deus muitos nomes errados, mas acertaram que ele teria criado aquelas criaturas para lhes protegerem. Já no século XIII, a Ordem de Aegir já conhecia quase a costa do continente e de algumas ilhas. Criaram várias colônias, sendo as mais importantes na Ilha da Tartaruga, nas Colunas de Aegir, na Floresta de Algas e no Poço das Esmeraldas Iluminadas. Em 1.245ADR, entraram em contato com os reptantes, na Terra do Tridente de Pedra. Tal raça ainda estava nos primeiros passos na construção da sua civilização, mas já cultuava o deus das águas. Assim, os reptantes foram facilmente agregados à Ordem de Aegir, servindo principalmente como guardas.

A (tentativa de) Expansão Orc

Entre os séculos XX e X, os orcs expandiram lentamente os seus territórios. Diversos clãs e tribos se deslocaram para o Poente e Nascente, dominando primeiramente as savanas e depois outras terras. Durante esse processo, eles guerrearam contra outras raças e contra eles mesmos. Havia muita rivalidade entre os diferentes grupos, que se matavam, saqueavam, aliavam e traiam.

A expansão para o Poente foi mais curta e menos sangrenta. Nela houve conflitos de escala não muito grande com dois povos. O primeiro foi contra os wedigs, durante os séculos XVIII e XVII ADR. Os orcs chegaram no território wedig, perto do Mar de Areia, cassando bandos dessa raça para a sua alimentação. Em resposta, as tribos atacadas se aliaram pela primeira vez e se colocaram em guerra contra os invasores. Evitaram o confronto direto, numa das táticas mais usadas, eles faziam os orcs entrarem no seu território e os evitavam por dias, por vezes semanas, até que a falta de água os enfraquecessem, para enfim atacar. Assim, os wedigs conseguiram sobreviver a quase dois séculos de guerra com algumas dezenas de tentativas de invasão, mesmo com desvantagem numérica e tecnológica. Por fim, como esse território não era tão atrativo para os orcs, eles desistiram de invadi-lo. Contudo, nenhum tratado foi acertado e pequenos conflitos na fronteira ainda seriam comuns por séculos.

No século XVI, os clãs e tribos orcs já estavam presente em quase toda a Grande Savana Poente, mas eles não pararam por aí. Três dos mais fortes clãs começaram a disputar os campos ao Sul da Savana (e ao Norte da Floresta da Perdição, da Selva Cansada e da Montanha de Prata). Local farto em caça. Em 1.425ADR, a Aliança Livinhana registrou os primeiros conflitos com orcs no sopé da citada montanha, em uma pequena cidade conhecida como Pólis Argun. Detalhes do desfecho desse confronto serão contados na “Expansão Livinhandesa”.

A expansão orc para o Nascente foi mais sangrenta. Já no século XVIII, os domínios dos clãs orcs incluíam boa parte da Grande Savana Nascente. Os deslocamentos teriam dificuldade para seguir para o Nascente, pois a Barreira do Pó, ali presente, é de difícil travessia. Seguiram para o Norte, para as Savanas Frias, entre as Florestas de Canarran e de Pedra. Esse território estava em parte ocupado pela então numerosa tribo élfica conhecida como “Pés Leves”. Não houve qualquer tipo de tentativa de negociação diplomática. Os elfos são pegos de surpresa e em menor número, além disso, os orcs possuíam armas e armaduras metálicas. A maioria desses elfos morre, uns poucos conseguem voltar para Canarran enquanto outros tantos conseguem se esconder nas savanas. Os que voltaram para a floresta são acolhidos por outras tribos. Aqueles que resistiram nas savanas passarão muitas dificuldades nos próximos séculos fugindo dos orcs e procurando comida e água. Alguns clãs orcs tentam, sem sucesso, invadir a Floresta de Canarran, mas lá os elfos conseguiam se defender. Contudo, até o século XII, ocorreram conflitos nessa fronteira.

No século XVI ADR, a expansão orc chegou ao território kammadense, nas margens do Golfo Kail Vataleh. Mais uma vez eles atacaram sem qualquer tentativa de contato diplomático. O exército dos Califados de Al Kammada ainda usava armas de pedra obsidiana, o que lhes garantia desvantagens no campo de batalha. As de ferro, importadas dos icilianas eram caras e raras. Durante pouco mais de 150 anos os kammadenses perdem território. Milhares morrem, cidades são saqueadas. Os orcs conseguem se estabelecer na região ao Nascente da Cordilheira de Mongreg e nela constroem minas para retirar cobre, aumentando ainda mais o seu poder ofensivo. A reviravolta no conflito só ocorreu no século XIV ADR e será descrita na expansão kammadense.

Os antecedentes wedigs
A primeira profecia diz que os wedigs são na verdade centauros enganados por Loki. Eles se sedentarizaram por volta do século XL, na parte Sul da Savana Poente, próximos de uma cordilheira que recebeu o nome dessa raça. Sua morada eram cavernas aonde existiam poços de água, vitais para a sobrevivência nessa região. Contudo, passavam a maior parte do dia (alguns preferiam a noite) nas savanas caçando.
Viviam em tribos com pouco contato entre si, em geral respeitavam o território alheio e geralmente não se ajudavam contra inimigos externos. Os wedigs até então não cultuavam nenhum deus. Sua tecnologia era muito primitiva, só sabiam fazer algumas armas e ferramentas com pedra, madeira e ossos, e alguns utensílios de couro e barro. Tinham língua própria, mas sem escrita.


A Expansão Anã

A expansão anã é uma das mais antigas, ele inicia no século XXVIII ADR. Eles partem para baixo, a procura de seu criador (alguns acreditavam). Foi uma marcha lenta, pois havia a preocupação da criação de postos, vilas e até cidades, ao longo do caminho. Além disso, era perigosa, pois o subterrâneo abriga criaturas terríveis. Foram pouco mais de 400 anos até chegarem ao que ficou conhecido como Fundo. Uma região que, acredita-se, é impossível descer. Lá não há cavernas naturais e a escavação é infactível, pois as rochas e metais são extremamente duros (mesmo com o recém descoberto aço) e existem lava por todos os lados. Mas a caminhada não foi em vão, descobriram no Fundo um metal que foi chamado de tirium, extremamente resistente, em especial contra o calor.

A direção da marcha mudou. A partir do século XXIV os anões se deslocaram para cima e para os lados. A dificuldade continuou a mesma, com a diferença que nessa jornada eles contavam com fartura de aço e com um pouco de tirium. No século seguinte, desenvolveram uma técnica de construção de tubulações de tirium para canalizar lava. Sem dúvidas construções caras e um tanto quanto instáveis (e, portanto, perigosas), mas isso possibilitou a construção de assentamentos mais distantes do Vulcão Central. Respectivamente nos anos 2.289 e 2.215 ADR, expedições chegaram aos Vulcões Norte e Sul. Postos avançados foram construídos e a colonização dessas regiões foi iniciada.

As formações rochosas envolta do Vulcão Norte se mostraram ser mais propícias para a subida dos anões para a superfície que as encontradas nos outros dois grandes vulcões. Nessa região há muitos túneis naturais, reservatórios de água subterrâneos e fungos comestíveis. Fato é que por volta de 1.150ADR anões e orcs se encontraram pela primeira vez nas cavernas no lado Nascente da Cordilheira de Mongreg. Não houve qualquer tentativa de estabelecimento de relações diplomáticas dos dois lados, o derramamento de sangue começou. Algumas décadas depois, os anões encontraram os elfos no lado Poente da Cordilheira. O povo subterrâneo pensou que se tratava de outro tipo de demônio e iniciou os ataques. Durante anos uma guerra de grandes proporções não se tornou realidade porque os locais aonde ocorriam os conflitos era demasiadamente distantes e inóspitos para as três nações envolvidas. Apenas pequenos grupos eram enviados. Contudo, no final do século X ADR, o Reino de Mongreg conseguiu formar um grande exército que varreu as outras raças dessa região. Esse conflito foi chamado pelos anões de Batalha Divina e até hoje é recontado para as novas gerações.

No século IX ADR, ao saber da existência dos anões, e de seu conflito com os elfos e orcs, o Imperador Iciliano preparou um grupo de guerreiros, sacerdotes, magos e diplomatas para descer as cavernas na Cordilheira de Mongreg para entrar em contato com o povo subterrâneo. A missão durou quase 2 anos. Os primeiros contatos foram conflituosos, os anões atacaram em pequenos grupos, mas os icilianos estavam preparados. Com a ajuda da magia entraram em contato com um nobre que lhes concedeu proteção. Relações diplomáticas foram acertadas com o reconhecimento da Cordilheira como território do Reino de Mongreg. Com a ajuda dos Icilianos, os anões conseguiram construir postos avançados perto da superfície e do Vulcão Sul. Dentro de alguns anos esses postos se tornaram cidades e o comércio entre anões e icilianos se iniciou. Esse episódio foi um grande choque para a sociedade dos anões. Esses passaram a conhecer outros deuses, magia, a superfície, o céu, os sois, enfim todo um novo mundo. A Ordem de Thor se estabeleceu nas cidades recém criadas perto do Vulcão Sul, ganhando anões como fieis. A Ordem de Heimdall viu com receio a chegada desse novo culto, mas não tomou nenhuma medida nesse primeiro momento.

Por volta 1.900ADR, com a ajuda dos icilianos, os anões estabeleceram relações diplomáticas com as nações que fazem a fronteira com o Vulcão Norte. Os elfos se comprometem a não fazer minas na Cordilheira de Mongreg, da mesma forma que Al Kammada. Não existem mais clãs orcs nessa região, os indivíduos remanescentes dessa raça já se incorporaram á Al Kammada. Apesar do fim dos conflitos, as cicatrizes da guerra marcaram a honra dos Anões. Um verdadeiro anão não confia em elfos e orcs por um dia terem invadido suas cavernas.

A Expansão Iciliana

A expansão do Império Icílius se deu pela seqüência de fatos não conectados que serão contados separadamente. Além dos avanços militares, estão relatadas as migrações de povos estrangeiros para o interior do Império.

O início da Marinha Imperial
No início do século XV ADR, a tecnologia naval iciliano avançou e esse povo pôde deixar seu litoral e colonizar ilhas próximas. A mais significativa foi a Terra do Tridente de Pedra, lar dos reptantes. Esses animais passaram a ser cassados e enviados para as arenas do Império.

Elfos icilianos
O contato diplomático entre os elfos e o Império Icílius ocorreu em 1.589 ADR, quando uma missão enviada pelo Conselho dos Anciães saiu da Floresta de Canarran e foi recebida pelo Imperador. Acordos de não agressão mutua e de reconhecimento de território foram feitos, mas o comércio foi proibido. Os elfos impediram também a entrada de qualquer iciliano em sua floresta, mas os elfos que deixaram Canarran eram bem recebidos pelos icilianos. Esse segundo caso geralmente acontecia por algum impulso da juventude ou por um banimento, que era uma das formas de castigo por algum crime. Graças aos elfos, os icilianos souberam da existência da magia e de outros deuses. Em 1.489ADR, duas tribos élficas, os “Corredores Velozes” e os “Comedores de Raiz”, deixaram a Floresta de Canarran e migraram para o Império Icílius. Movimento esse que foi repetido, ao longo dos séculos por outros elfos. Com a permissão do Imperador, essas primeiras tribos se instalaram na cidade costeira de Urbis Deltis, na foz do Rio Verde. Escolheram essa mudança porque queriam conhecer o que os icilianos chamavam de mar. Os elfos magos que vieram se tornaram em alguns anos pessoas de muito prestígio e riqueza. Eles abriram uma escola de magia e vendiam objetos mágicos. Surgiram assim os primeiros elfos icilianos.

A queda de Yantar
Para se fortalecerem em relação ás outras raças que estavam entrando em contato (icilianos e centauros), as diversas tribos de minotauros forjaram uma aliança, criando Yantar, que na língua dos minotauros quer dizer Terra dos Trovões. A primeira ação dessa aliança foi atacar o Império Icílius, os minotauros estavam cansados de serem caçados pelos icilianos. Os principais guerreiros se lançam em um ataque contra a Fortaleza do Canal. Apesar das baixas, os minotauros passam por essa fortificação e marcham sobre o Império. Espalharam-se rapidamente, o terror e a morte tomou conta das cidades perto da fronteira. Coincidentemente, meses após Yantar declarar guerra ao Império Icícius, a Aliança Livinhana inicia a sua invasão sobre Yantar. As tribos de minotauros são pegas desprevenidas, sem seus principais guerreiros. Isso faz com que os centauros (com a ajuda dos gnomos) galopassem sem problemas sobre os seus adversários. Ao saber que estão sendo atacados, os minotauros que estavam invadindo o território icílico retornam. Apenas um pequeno grupo fica com a missão de acertar um tratado de paz (o que nunca ocorreu). Todavia o Imperador, que já desprezava aqueles seres selvagens, queria vingança. Ele preparou um grande exército e ordenou que ele marchasse contra as terríveis criaturas comedoras de gente. O resultado dessa guerra é a derrota total dos minotauros. A maioria deles é morta, alguns são escravizados e uns poucos conseguem se esconder. Seu território é dividido entre a Aliança e o Império, que, ao entrarem contato entre si (no planalto entre a Fábrica de Pólvora e a Cordilheira das Asas), acertam acordos de não agressão. O mesmo tipo de acordo foi fechado entre o Império e o Reino das Asas.

A expansão kammadê

No meio do século XIV ADR, depois de anos de guerra contra os orcs, a sorte muda de lado. Finalmente os kammadenses conseguem dar o seu troco, graças ao Califa Aliatar, filho de Adehbaiar. Seu califado era, provavelmente, o próximo a ser invadido. Aliatar conseguiu o que para todos era impossível, negociar com orcs. No campo de batalha, ele já tinha percebido que os orcs não estavam sob o mesmo comando. Com esse conhecimento ele passou a doar comida para algumas tribos e ganhou a simpatia e confiança delas. É importante lembrar que, como os orcs não conheciam a agricultura, conseguir comida era uma tarefa árdua para eles. A partir de então, o Califa conseguiu acirrar as lutas entre as tribos. Algumas delas foram incorporadas á sociedade kammadê, na sua maioria como militares. Outras foram enfraquecidas, graças à abundância de drogas kammadenses doadas gentilmente. Fato é que Aliatar conseguiu retomar boa parte do território kammadê invadido pelos orcs, o que lhe garantiu muito prestígio, respeito e, em alguns casos, veneração do povo e da Ordem de Sif. Os califas o reconheceram com líder militar e lhe concederam o direito de representá-lo externamente, além de ser considerado cargo máximo da Ordem de Sif. Aliatar foi nomeado Sultão de Al Kammada e a união dos califados passou a ser chamada da Sultanato da Al Kammada.

Com a morte do Sultão, a expansão kammade não cessou. Ao contrário do título de Califa, que era hereditário, o Sultão passou a ser escolhido através do voto dos Califas. Os dois cargos são vitalícios. Assim, os Sultões que se sucederam continuaram a expandir os domínios de Al Kammada, dominando cada vez mais tribos e territórios orcs.

No final do século X ADR, as chamadas Savanas Frias já estavam divididas entre membros da Ordem de Sif. Então, ao Norte da Floresta de Canarran, elfos e kammadenses finalmente se encontram. Eles sabiam da existência um do outro, graças aos icilianos, mas nunca tinham estabelecido relações diplomáticas, o que finalmente ocorre. Além disso, algumas tribos élficas se aliam aos exércitos do Sultanato contra os orcs. Gradativamente, alguns elfos passam a assumir a essa nova cultura. Com esse novo reforço, Al Kammada avança ainda mais rápido sobre os territórios orcs, a Grande Savana Nascente é dominada em pouco mais de cem anos. Os orcs, já sob o comando da Ordem de Hel (ver caixa de texto), se refugiam no alto das montanhas conhecidas como Ventre de Hel. A conquista da Grande Savana Poente é ainda mais rápida, em 687ADR, forças kammadenses e livinhanas se encontram, pacificamente, ao Sul do Território Wedig. Território esse, que foi respeitado por Al Kammada.

O nascimento dos orcs negros
No ano de 878 ADR, prevendo a submissão do seu povo aos kammadenses, alguns shamans orcs devotos de Hel decidem se entregar à sua deusa criadora. Preferiam morrer dessa forma ao invés de serem mortos no campo de batalha. Viver sob o comando de outra deusa lhes era impensável. Eles subiram no alto da montanha Norte do Ventre de Hel e lá sacrificaram o seu próprio corpo. Em recompensa a essa prova de adoração, Hel decidiu não levar essas almas para Asgard. Ao invés disso, as devolveu aos seus corpos e os fortaleceu. Nasceram assim os orcs negros. Essa nova raça cria a Ordem de Hel, para unificar os shamans dessa deusa e todos os orcs.
A Ordem de Hel conseguiu de fato unificar muitas tribos orcs. Quase todos os líderes shamans e até alguns líderes guerreiros juram fidelidade aos orcs negros. Mas foi tarde demais, como pode ser visto na expansão kammadê. Quase a totalidade do seu povo foi subjugada. Os poucos que sobraram se esconderam durante anos no alto Ventre de Hel.
O Dia do Sacrifício marca o ano zero do calendário orc. Até hoje alguns shamans dessa raça vão até a Pedra do Sacrifício para se entregarem. Alguns voltam, outros não.


A Expansão Livinhana

O início da nação livinhandesa foi em 1513ADR, quando centauros e gnomos acertam uma aliança para destruir seus respectivos inimigos, os minotauros e os kobolds. Os gnomos iriam prover mantimentos, armas e armaduras, enquanto os centauros iriam se expor no campo de batalha. Cada raça iria controlar os territórios que até então pertenciam ao inimigo ancestral. Esse acordo ficou conhecido com Aliança Livinhana, por ter sido feito no sopé do Monte Lives (que quer dizer branco em gnomo). Os kobolds, por serem mais fracos, iriam ser destruídos primeiro e assim foi feito. Algo em torno dos 100 centauros mais fortes e hábeis existentes, bem armados e treinados, subiram as montanhas e trucidaram as tribos kobolds. Os gnomos também participaram da invasão, mas raramente entravam no campo de batalha, se restringindo ao suporte das tropas. A maioria dos kobolds morreu, alguns poucos conseguiram fugir, todas as aldeias foram queimadas. Os membros dessa raça nunca mais conseguiram dominar um território por muito tempo. Passam a viver com nômades, sempre atrás de comida e fugindo daqueles que querem exterminá-los. Todos os registros do deus que eles cultuavam foram apagados e esquecidos.

A ocupação do território dos kobolds é determinante para a consolidação dos valores da ainda não formada República Livinhana. Com a liderança da Ordem de Forseti, as terras ocupadas são divididas em propriedades particulares e o poder político local foi concedido a esses novos proprietários. Dentro de algumas décadas essa fórmula política é aplicada ao antigo território gnomo e o sentido de tribo desaparece para essa raça, dando lugar ao sentimento familiar. No início quase todo gnomo era proprietário de terras e, portanto, participava da vida política. Entretanto, com o passar dos séculos, a propriedade e o poder se concentram nas mãos de uma minoria.

Os centauros, ao retornarem da batalha, trazem consigo as primeiras influências culturais dos gnomos. A principal delas é o culto a Forseti. Alguns justiceiros gnomos passam a viver entre os centauros e se tornam líderes religiosos com relativo poder político.

Durante o século XV ADR, os gnomos, com a ajuda de alguns centauros, colonizam as terras ao Norte da Floresta da Perdição, desde a Montanha de Prata até o Mar de Areia. Queriam aumentar seus campos cultiváveis, para ficarem preparados para uma longa guerra contra os minotauros. Contudo, em 1425ADR foi registrado o primeiro ataque orc contra as fazendas da Aliança. Apesar das reclamações de algumas tribos de centauros, o ataque ao território dos minotauros foi adiado. Mais soldados centauros foram enviados ao Norte para defender essa fronteira. Durante um século fortificações foram erguidas e o contingente de soldados cresceu e se aperfeiçoou. No final do século XIVADR, a Aliança Livinhana ataca os minotauros. Como foi descrito na “Expansão icílica”, os minotauros estavam atacando o Império Icílius e seu território não estava preparado para um ataque daquela proporção. O resultado foi a derrocada dos minotauros. Como os centauros não fizeram muitos prisioneiros, essa raça não foi incorporada à Aliança, nem na qualidade de escravos. A divisão dessas novas conquistas foi liderada pela Ordem de Forseti. Não que os Justiceiros quisessem possuir essas terras, eles ficaram apenas com uma parte menor. O importante para eles era implementar o sistema democrático nesses domínios. Conseguiram. Cada soldado recebeu uma porção de terra correspondente ao seu posto, assembléias foram estabelecidas e leis foram votadas. Não demoraria para esse sistema também ser instalado nos velhos campos dos centauros.

Em 1268 ADR, a República Livinhana é fundada. Graças ao árduo e longo trabalho dos Justiceiros de Forseti, dois representantes de cada território, que passaram a ser chamado de condados, foram enviados para as margens do Lago Kathalys. Lá eles votaram e aprovaram um conjunto de leis que teriam abrangência nacional. Uma nova língua foi formalizada e oficializada. Já não era novidade, tanto na fronteira Norte, como na Nascente, aonde havia bastante mistura das duas raças, a existência de uma nova língua, que era a mistura do centauro com o gnomo. O livinhadês, assim ficou chamada, se espalhou lentamente, de geração em geração, nas bocas republicanas. A fundação da República marca o ano 1 do calendário livinhandês.

Expansões Marítimas
Os séculos XI e X ADR foram marcantes para a República no que diz respeito à expansão marítima, tanto no que diz respeito ao mar aquático com no mar de areia. Isso só foi possível por causa dos então recentes avanços tecnológicos desenvolvidos pelos gnomos. Nesse período, o Arquipélago de Medesca foi colonizado e as primeiras rotas seguras no mar de areia são descobertas. Em 987 ADR, um desbravador livinhandês, Capitão Voleu Molviu (um gnomo), chegou até a Colméia e entra em contato com os insetinos. Relações diplomáticas e comerciais são estabelecidas. Depois de alguns anos, foi permitida a migração de insetinos para a República para servirem como trabalhadores.

Invasão aos Territórios Orcs
A partir do século IX ADR, cansados dos ataques orcs vindos do Norte, a República prepara seu exército e colonos para banir as tribos orcs e tomar seus territórios. Foi uma invasão lenta, mas sem muitas dificuldades. Os livinhanos lançavam ataques massivos e violentos sobre determinada região, a controlavam, mas só partiam para outra ofensiva depois que uma cidade estivesse minimamente construída. Alguns orcs são escravizados. Em 687 ADR, os orcs não controlam mais nada nessa região que foi dividida entre a República Livinhana e o Sultanato de Al Kammada (mais detalhes ler “expansão kammadê”).





Índice da História

1ª Revelação

O Crescimento
A Guerra dos Dragões
As Primeiras Civilizações Florescem
Mais Povos se Organizam
As Expansões (você está aqui)
As Nações Novas Surgem
O Dia das Revelações
A Era de Ouro
Os Fundamentos do Conflito

A 2ª Revelação – O Conflito
A Independência de Nelik e o Fim do Sultanato
A Nova Expansão da República
Os Dragões Voltam a Guerrear
A Peste Sem-Fim
A Fundação da Guilda dos Magos
A Era da Pólvora
O Epílogo

A 3ª Revelação – O Fim